sábado, 11 de abril de 2009

[Sem título]

Abro os olhos, o quarto está todo iluminado mas é como se eu estivesse na escuridão. Olho em volta mas já nada vejo a não ser um monte de tralha desarrumada numa casa vazia. Tenho fome mas não tenho forças para me levantar e ir comer, tenho sede mas estou cansada demais para beber, estou no silêncio mas na minha cabeça as vozes não param, fecho os olhos mas vejo tudo.
Mas sempre me decido a levantar, saco de um cigarro, a única companhia que tenho em meses, bebo um café e saiu com a roupa e a maquilhagem de ontem a noite.
Ando nestas ruas sujas, ventosas, cheias de gente apressada. Sento-me num banco do jardim de plantas mortas em frente a minha casa (se é que se pode chamar aquilo casa), e fico a ver o mundo girar e eu aqui parada.
São cinco horas e eu ainda não sei o que vou fazer deste dia, ou até sei. Um dia como tantos outros em que como mal e porcamente, porque o dinheiro não chega para tudo, fumo, bebo uns copos, comprimento conhecidos, conheço outros, engato uma miúda levo-a para a cama e quando acordo ela já nem lá esta.
Provavelmente eu devia procurar emprego, mas como nunca encontrei desisti. Estou de férias recebo dinheiro de uma bolsa, o dinheiro que devia gastar em fotocópias, materiais e livros ando a gastar na droga, no tabaco e no álcool.
É uma vida de merda, mas é a minha!